Entrevista a Teresa: pool deploiment tienda y atracciones

En esta ocasión, te presento la experiencia de Teresa, que ha trabajado en: tienda, pool deploiment tienda, pool deploiment atracciones y ahora trabaja en una atracción fija. Las preguntas son en español y las respuestas en portugués, su idioma natal.

Una de las particularidades que tanto me gusta de trabajar en Disneyland Paris es la riqueza lingüística, el encuentro de tantas culturas y poder aprender de ellas. Gracias a muy buenos amigos y amigas de Portugal, acabé aprendiendo a hablar y entender este maravilloso idioma, aparte de conocer la cultura y recorrer todo el país en varias ocasiones.

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Presentación

Chamo-me Teresa, sou portuguesa, tenho 29 anos e estou em França há pouco mais de 2 anos e meio na Disney.

¿Qué te llevó a trabajar en Disneyland Paris?

Clichê máximo, sempre quis trabalhar na Disney. Gosto muito, desde pequena tenho uma ligação à Disney. Já tinha visitado o parque com a minha família, com a escola também. Sempre gostei do lado de contacto com o público e de fazer o público sorrir e passar um bom dia. Também pelo facto de encontrar sempre portugueses que eram super amáveis e que me faziam ter vontade de vir porque me deixavam tão contente de os encontrar. Na Disney, eu também gostava de fazer isso por outros portugueses que viessem visitar. E, pois lá está, também tenho um lado muito ligado à performance e teatro, e na Disney posso expressar-me de uma maneira mais entusiástica, mais cantada, mais dançada, posso ser um pouco mais livre na maneira como eu comunico com os outros.

¿Como fue tu proceso de búsqueda y candidatura en Disney?

Estava a trabalhar em Portugal, mas de vez em quando ia ao site Disney My Careers, o famoso site, e via se eles tinham ou entrevistas presenciais em Portugal ou candidaturas espontâneas noutros locais próximos, Espanha ou mesmo França, se tivesse que ser. Eu encontrei candidaturas abertas num período pós-Covid, portanto não havia muitas entrevistas presenciais nesse momento, mas vi que estavam à procura de pessoas para a temporada de Natal e candidatei-me. O processo foi muito simples, o formulário era bastante acessível, coloquei os dados e foi tudo muito rápido. Candidatei-me em outubro para começar em dezembro. Foi muito rápido.

¿Cómo fue la entrevista de trabajo?

Foi tudo online, não houve nada presencial, e mais uma vez foi tudo muito rápido. O processo: inscrevi-me, candidatei-me, enviei a candidatura, esta foi aprovada e logo passados dois dias, tinha um e-mail a perguntar qual era a minha disponibilidade nessa semana para fazer uma entrevista. Escolhi uma data e uma hora, e foi via uma plataforma online. Uma senhora muito simpática, e a entrevista durou 10 minutos, lembro-me perfeitamente. Foi em francês, ela apresentou-se, disse o que fazia e o que pretendia fazer na entrevista, pediu-me para me apresentar. Perguntou por que razão eu queria trabalhar na Disney e depois pediu para falar durante pouco tempo sobre um assunto que eu quisesse em inglês. Falei, expliquei qualquer assunto e, no final, ela perguntou: «Gostavas de trabalhar em que área? Loja (merchandise), operadora de atrações, propreté ou restauração?» E eu disse que queria trabalhar em merchandise porque, como nunca tinha trabalhado em França, queria uma coisa menos complicada ao começar. Queria atrações, mas pelo meu nível de francês, ia ser um bocado complicado. Escolhi primeiro loja. Acabou-se a entrevista e, 5 minutos depois, tinha um e-mail a dizer «Parabéns, estás contratada!» com a data e tudo! Foi tudo muito rápido e intenso. Eu estava a trabalhar em Portugal, mas já tinha data de saída. Estava para acabar e não tinha nada previsto para fazer. Durante o último mês antes de ir embora do emprego em Portugal, estive a pensar no que queria fazer, e como queria trabalhar na Disney, tive sorte porque foi tudo muito rápido. Já tinha tido outras recusas da Disney, alguns anos antes do Covid, quando acabava os estudos e eles faziam entrevistas em Lisboa, nunca aprovaram a candidatura. Portanto, acho que o Covid ajudou; talvez não houvesse muita gente que quisesse ir para fora, e eu arrisquei.

Comecei em dezembro de 2021, num contrato de 10 dias. Eu tinha feito o formulário de disponibilidade e tinha dito que para 2022 estava disponível a partir de X data, e já cá estava eu. Recebi uma proposta para um CDD de longa duração de 8 meses em merchandise, porque eles disseram que tinha que ser na mesma área. Voltei a Portugal em janeiro para regressar em fevereiro para o meu CDD.

Tu primer contrato en Disneyland París, Navidad 2021

Fantasyland: Chaumière, Sir Mickey, não fiz Pavillon de Princesse e Meet Mickey pela parte de photo location, mas o resto fiz tudo. Foi incrível, Fantasyland é pura magia. Eu sentia-me muito bem, era Natal, portanto era tudo muito mais mágico porque tudo parecia um bocadinho mais brilhante. Foi agradável, muito frio, mas acolhedor na mesma. Conheci boas pessoas, os meus colegas de contrato também estavam todos na mesma onda, vibe, e entendíamo-nos bem. Coisa fixe que aconteceu foi ter a oportunidade de trabalhar um dia nos Carts, em Strollers, e foi fixe para conhecer outra equipa, outro tipo de loja na Disney, o que depois veio a ajudar-me no futuro. Porque voltei em fevereiro numa coisa chamada Pool Déploiement, que é nada mais nada menos que uma equipa que ajuda as equipas das lojas fixas, se puderem ajudar em caso de falta de staff, seja por ausências, seja por formações, etc.

¿Puedes contar como fue el proceso de venir a Disney? ¿Qué pensabas, el viaje, la residencia y el Disney Traditions?

Disney Traditions não tive nem de um dia, portanto foi realmente chegares e apresentar o meu cartão de cidadão na entrada, mostrar o contrato. Tive um dia de formação de caixa no edifício dos 101 Dálmatas. Fiz a minha formação de caixa, super entusiasmada, um dia inteiro com um formador de merchandise e no dia seguinte fomos para Imaginations. Onde havia um grupo de vários Cast Members responsáveis por receber os CDD de Natal, e ali conheci os meus colegas de CDD e soube para onde é que ia. Fomos recebidos com um envelope com instruções sobre a loja, o contrato e o que íamos fazer. Fomos guiados pelo costuming para sabermos qual era o nosso costume, em que corredor ficava. Logo, fomos guiados ao Cast Member responsável pelos cacifos e depois deram-nos um tempo para nos trocarmos e levar-nos à loja. Apresentaram-nos ao Duty responsável nesse momento, aos Team Leaders, e atribuíram-nos as nossas caixas.
Logo foi um CDD de Natal: sempre a correr, precisamos de vocês, vocês chegaram, go, ao trabalho. Toda a gente que passa por um CDD curto e um CDD longo sabe que estamos ali para ajudar e que às vezes é preciso também ajudar-nos no trabalho.

Alojamiento y el día de llegada

Havia um nervosismo meu, como nunca tinha trabalhado fora. Já tinha estudado e feito estágios fora, mas não trabalhado a sério. Não sabia como ia fazer com o alojamento, e durante a entrevista a senhora perguntou-me se precisava de alojamento, eu disse que sim e quando recebi o meu contrato também recebi um e-mail do serviço de alojamento Disney a perguntar se efetivamente precisava da residência e a dizer que tinha a famosa Boiserie disponível. A partir daí, enviaram-me um formulário perguntando o primeiro dia do contrato, quando ia embora, o regulamento da residência, e mais uma vez tudo é muito organizado, limpo. Aeroporto, transporte RER, apanhei o famoso 34 desde Marne la Vallée Chessy, direção La Boiserie, mostrei o meu contrato na residencia e foi-me atribuído um apartamento. Fizemos o estado do local, assinei tudo o que tinha que assinar e pronto, foi tudo muito rápido!
A memória que eu tenho é que foi muito intenso para dez dias, mas super fácil. Foi intenso porque eu estava a viver uma coisa que queria viver, estava ansiosa por viver, e toda a intensidade foi entusiasmo e felicidade, não de stress nem frustração de que algo corresse mal, não houve nem tempo para isso acontecer. Porque toda a gente era, de facto, muito prestável e já estão muito preparados para o tipo de pessoa que vem trabalhar de fora. Eles estão preparados, sabem os mecanismos corretos para poder ajudar quem chega. Isso é impecável e genial.

¿Recuerdas esos sentimientos y emociones de ese primer contrato? ¿Qué te pareció el mundo empresarial Disney y su organización?

Acho que o dia em que «me caiu a ficha», que eu percebi que estava aqui, foi o dia em que, pronta para ir para Fantasyland, onde o caminho mais fácil era atravessar o parque. Acho que foi aí, quando entrei «on stage» com o meu costume, o meu name tag posto, que pensei: «Wooow». A primeira coisa que uma pessoa vê logo é o Castelo, e uma pessoa pensa: «Eu estou a trabalhar aqui!!!». E as pessoas olham para ti, vêm ter contigo, dizem bom dia, olá, pedem ajuda. As palavras para descrever são: energético, entusiasmante, motivador. Senti uma onda de motivação, e efetivamente tudo o que tenho de recordações da loja e da Fantasyland é alegria, das pessoas que vêm ter contigo. Os Cast Members perdem sempre um ou dois minutos para conversar ou pedir uma opinião, ou dizer se estão a gostar. Falam das atrações preferidas, dos personagens que gostam.
A única coisa menos boa foi o frio. Vindo de Portugal, não estava habituada, e no exterior, nas caixas exteriores, por muito que eu tivesse meias, collants, tudo… estava frio. Mas bendita Palmyra Chauffage! Depois, uma pessoa habitua-se; o nosso inverno não é tão frio. Mas foi tudo muito surreal.

¿Qué nivel de francés tenías al llegar y cómo te desenvolviste tanto en formaciones, dudas y preguntas? ¿En algún momento sentiste que no podías expresarte o que no te entendían?

O meu nível de francês era o da escola. Já tinha usado francês no contexto de trabalho, quando estudei fora em França, mas acho que não tive o contato suficiente com a língua. Sempre foi em contexto muito específico universitário e de trabalho. Quando cheguei aqui e tinha que fazer uma vida de trabalho e uma vida fora, o meu quotidiano em francés. Foi um bocadinho um choque, choque linguístico e cultural. Senti que tinha que ultrapassar muitas barreiras, sobretudo de me expressar, porque muitas vezes sentia que não conseguia.
Havia muitas vezes que eu me inibia de falar fora do contexto profissional porque tinha medo de não saber expressar-me. Mas, nesse sentido, aprendi muito, o trabalho foi completamente diferente dos outros, o contacto com o público ajuda uma pessoa a se posicionar, a saber como agir, e acho que me desenvolvi muito nesse aspecto. Tinha que lidar com os meus colegas nos momentos de pausa e almoço, e uma pessoa tem que confraternizar. Encontrei um português, um português só! Portanto, eu era mesmo obrigada a falar em frances, e pensei: «Ou falas ou falas, são dez dias, atiras-te de cabeça».
Senti que havia muita compreensão por parte dos funcionários, do grupo com que eu estava. Tentavam perceber-me, tentavam ajudar-me. Se, às vezes, eu bloqueava, eles davam-me tempo para me expressar. Se eu tivesse alguma questão, também me respondiam; e, se dissesse algo menos correto, educadamente corrigiam-me. Havia muita disposição para ajudar. Foi positivo, um balanço muito positivo desse primeiro contrato. Todos os meus medos eram mais no sentido da barreira linguística, e acho que isso motivou-me a querer ficar. Ainda que, passados quase três anos, às vezes seja difícil me expressar.

Cuentanos mas sobre tu vuelta a Disney dos meses después, para tu contrato temporal de ocho meses

Aqui, sim, tive Tradition. Foi um dia de escritório, de apresentação de todos os utensílios da empresa, as regalias, quais são os sites para cada tipo determinado de informação, e aí fazem também um background da empresa Disney, do parque. O que é que eles pretendem de nós, o nosso trabalho, e apresentam o nosso local de trabalho. E aí eu soube que estava no Pool Deployment e fiquei como «¿?¿?¿? O que é um Pool Deployment?». Estava a ouvir: «tu vais para BTM», «tu vais para Studio Store«, e eu: «tu vais para o Pool Deployment«. Fiquei como «ok, vamos descobrir o que é!».

¿En qué consiste un día en Pool Deployment?

Eu estava no Pool Deployment de merchandise. Existem vários pools para praticamente todos os trabalhos na Disney: merchandise, operador/animador de atração, food, e também receção e bagagerie (consigna). Eu, estando em merchandise, o meu dia consistia em chegar ao edifício principal da Disney e sabendo apenas o meu horário. A única informação que tinha era saber quando começo e quando acabo, os meus dias de folga, mas não sabia onde ia trabalhar. Chegávamos e dirigíamo-nos a um balcão onde os operadores gerem os nossos horários e as disponibilidades das lojas fixas. Dávamos o nosso nome e diziam: «Teresa, hoje vais para La Chaumière des Sept Nains«. E eu, muito competente, ia ao costuming, buscava o fato de La Chaumière, mudava de roupa e aí picava o ponto. No dia seguinte, tudo começava de novo, ajudando as equipas. Isto pode acontecer para todas as lojas do parque. A formação de caixa é a mesma para todos, e eu podia trabalhar nas lojas dos dois parques, nos hotéis, e em Disney Village. E também, embora ache que agora já não, nos hotéis partenaires.

¿Recuerdas si hiciste todas las tiendas de Disneyland Paris? ¡Teniendo en cuenta que hay más de 40!

Não fiz os hotéis partenaires, Chez Marianne, a loja da Tower of Terror, nem Animation Celebration, e tampouco o Disneyland Hotel e Santa Fe. O resto fiz tudo em 7 meses, até o Ranch Davy Crockett, que adorei!

¿Qué te pareció en general el Pool Deployment comparado con tu contrato en tienda fija de dos semanas en Navidad?

Dez dias não deram para ter uma noção de como é trabalhar continuamente numa loja, não pude fazer essa comparação. Conhecendo-me, eu que gosto de conhecer coisas novas, não me via fixa, portanto não pude conhecer o que é estar fixa numa loja da Disney. Sei que preciso de mudar continuamente. O Pool Deployment, visto que é uma surpresa todos os dias e que é preciso uma grande capacidade de adaptação e reação, foi muito bom para mim. Primeiro, porque ajudou-me a desenvolver essa capacidade de preparação e reação no momento: temos que lembrar como é essa loja, o seu ritmo, os produtos, se essa loja tem mais ou menos afluência. Isso mexe com o nosso psicológico e com o público que vamos ter. Mas, como já tinha dito, no Natal tive um «aperitivo» ao ir um dia aos Carts/Strollers. Gostei dessa mecânica de «hoje estou aqui, mas amanhã vou ajudar outra loja». Pareceu-me super lógico o Pool, senti-me muito bem e à vontade, não era um peixe fora de água.

La particularidad que tiene el pool deploiment: aunque tengas un equipo que realiza el mismo trabajo que tu, no siempre son enviadas al mismo tiempo y lugar. ¿Conseguiste conocer a tus colegas del Pool? ¿Conseguiste adaptarte al final a cada equipo? ¿Cómo fue tu adaptación con el tiempo, hasta hacerte un poquito más cada día, parte de cada equipo?

Acho que essa foi a parte mais difícil. E também uma questão de timing. Havia muitas vezes em que eu era enviada para uma loja sem outras pessoas da minha equipa. Já tinha conhecido algumas na Tradition e mesmo no dia de integração. Na minha altura nós passávamos a manhã com um operador que explicou o funcionamento do Pool, e ali conheci os colegas, e pela tarde fomos distribuídos pelas lojas. Alguns não voltei a ver durante dias. Lembro-me perfeitamente, no primeiro mês rodei mesmo muitas lojas, não tinha tempo de me estabelecer e conhecer uma equipa e as pessoas. Isso foi um bocadinho complicado porque somos muitos funcionários e a equipa da manhã muda para a da noite, acabando por nunca ver as mesmas pessoas. Em lojas como, por exemplo, Emporium e World of Disney, muda muito, mas com a Girafe Curieuse, que é mais pequena, há mais contacto uns com os outros, não há tantas pessoas durante o dia. Eu senti mais facilidade de integração quando, efetivamente por uma questão de necessidade, passava mais dias seguidos ou mais dias na semana numa determinada loja. Portanto, houve vezes que fui muitas vezes à Constellations, Discoveryland, Girafe Curieuse, passei mesmo muito tempo lá. Isso deu-me tempo de conhecer a equipa, duty (encarregado), team leaders, a loja, e tudo isso ajuda. Estando sempre a correr de um lado para o outro, é preciso ter uma grande capacidade de memória e de conhecimento das lojas, temos que aprender muito mais depressa e criar a dinâmica para o dia seguinte. O período de adaptação é muito mais longo.

El recibimiento de los compañeros, para alguien que empiece en pool deploiment en un contrato nuevo, ¿qué consejos darías?

O tempo de adaptação vai ser maior. Há dias em que dizes: «Eu gostava mesmo de voltar a esta equipa que já conheço, com quem passei bons momentos.» Tinha as minhas lojas favoritas, e também as equipas, onde estava melhor com determinadas pessoas, e queres voltar a trabalhar ali. Ao final, vamos conhecendo pessoas e criando uma rede de conforto garantida naquele lugar, que não sabemos se vamos ter em outro lugar, porque se calhar ainda não aconteceu ou ainda não experimentámos. A minha dica para alguém que acaba de chegar à Disney: não assumir logo que as bases já estão todas consolidadas. Efetivamente, há pessoas que trabalham há anos e anos, já se conhecem porque trabalharam juntas noutras lojas e reencontram-se, e obviamente são laços que não se cortam. Mas muitas pessoas acabam de chegar ou é a primeira vez que estão a ser transferidas. Ou ainda estão a adaptar-se. Muitas vezes, assumimos que somos o intruso na equipa, e não, não é forçosamente isso. Há gente que ainda está a conhecer. Nós somos mais uma peça; a Disney é mesmo muito grande, nós não somos um intruso, somos apenas mais uma peça do puzzle.

Después de tu contrato de 7 meses en Pool deploiment, ¿qué pasó?

Como eu disse, eu queria atrações de base, mas fui por uma via de autoconhecimento mais próxima daquilo que já fazia antes, em Portugal também trabalhava com vendas e serviço de contacto ao público. Portanto, eu queria fazer o que já fazia, a única dificuldade era a língua. O que é que acontece: na Disney temos a oportunidade de aceder a um Disney My Careers interno. Eu vi que estavam a abrir vagas para operador-animador de atrações no pool deploiment, vi que era bom, já conheço o pool, eles conhecem-me, e eu quero ser operador-animador de atrações. Continua a não haver um sítio fixo, e o pool deploiment é uma maneira de descobrir vários lugares. Cada grupo tem no mínimo três atrações, e é diferente de loja porque, enquanto nas lojas vamos a todo o lado, nas atrações há grupos com atrações por setor. Candidatei-me e, entre tanto, ao fim de 6 meses de CDD deploiment merchandise, os próprios team leaders perguntaram se eu queria passar ao CDI. Fui chamada para uma entrevista interna. Aqui, obviamente, já não foi online, foi num gabinete com team leaders, entrevista presencial, muito direta e longa. Desta vez, achei que pela responsabilidade do cargo, por ser interno, foi mais longa. Senti mais o peso da situação e, mais uma vez, a língua era uma barreira, e eu sabia que tinha de dar um passo maior. Passadas umas semanas, fui aceite. Disseram-me que ia ficar no grupo Indiana Jones: Temple du Péril, Ratatouille, e Casey Junior & Storybook Land, portanto fazia um bocadinho dos Studios e de Disneyland Paris. Efetivamente, o meu contrato era de 8 meses em merchandise, mas como era uma candidatura interna e o processo de formação longo, em três sítios diferentes durante um mês e meio, anteciparam a passagem de merch para atrações. Em vez de 8 meses de merchandise, fiz 7 meses. Aqui passei de CDD merch a CDI atrações.

Aquí pasaste de trabajar y conocer todas las tiendas a atracción. ¿Qué puedes contar de atracción? ¿Cómo es trabajar en las atracciones de Disneyland Paris?

Acho que o público da Disney vem à Disney pelas atrações e os espetáculos; as pessoas têm uma lista das atrações que querem fazer, preferidas, e sabem a que vêm. Trabalhar em atrações é, por um lado, depender do sítio onde estamos. Durante um dia faço várias coisas: passo da receção dos guests e visitantes na entrada para a verificação dos sistemas de segurança, assegurando que estão corretamente sentados, até ao envio dos veículos. Dependendo do sítio, há momentos em que vamos poder falar mais ou menos com as pessoas. Em merchandise temos mais tempo, no global, para conversar com os guests. Aqui mudou um bocadinho. O nosso título é operador-animador de atrações, o que significa saber como animar a situação em que estamos presentes. Um exemplo muito simples: às vezes, em Ratatouille, basta antes de enviar o «ratinho» na aventura dizer «Bon appétit!», porque eles vão fazer um passeio num restaurante, e as pessoas riem-se, acham engraçado, e isso também nos contagia, dá-nos motivação e sentimos que fizemos um bom trabalho. Há mais ritmo, é mais intenso. Não é igual um Ratatouille e um Indiana Jones. No último, é muito intenso e frenético porque há tempos de espera, e temos que garantir que as pessoas não esperam muito, que o tempo seja o menor possível. Temos que dar resposta à afluência que temos e fazê-lo com qualidade de serviço, com cortesia e boa disposição.

Acima de tudo, com segurança, que é o ponto crucial. A segurança é garantir que as pessoas estão seguras, ali há uma grande responsabilidade. Todo o trabalho está garantido com uma boa formação. No início, há formações muito específicas, se possível um a um, onde um formador nos acompanha por X dias, explica-nos tudo e vê-nos fazer. Há mesmo um seguimento teórico e prático durante cerca de uma semana. No caso do deploiment, temos uma semana prática sem formador, onde o objetivo é integrar-nos na equipa e desenvolver as nossas competências de trabalho antes de passar para outra formação.

No meu caso, eram três. No final das formações, estamos prontos para o quotidiano do “eu não sei onde estou, só sei o meu horário”. Desta vez são três atrações, em vez de qualquer outra loja. Gostava de experimentar as atrações, e como tenho um espírito muito de performance e energético, é talvez mais fácil encontrar momentos de interação com os visitantes e ter uma vida muito mais ritmada. Em atrações, sinto que é mais ritmado. Obviamente, em determinadas lojas havia um ritmo mais rápido que noutras, mas nas atrações o ritmo é garantido o dia todo. Sempre há uma situação ou peripécia a resolver.

¿Qué dirias sobre la seguridad de las atracciones en Disney?

Como eu disse, a segurança é o principal objetivo da Disney. Em todos os departamentos, seja merch ou atrações, a segurança é primordial. Em atrações, isso vê-se no quotidiano, desde a nossa chegada e formação até sermos colocados no trabalho. Desde o início, a mensagem é muito clara: a segurança para nós é muito importante. Assim que chegas, és formado e, quando já estás apto para trabalhar sozinho, a segurança é garantida. Há um trabalho coletivo entre nós: Cast Members, manutenção e engenheiros de atrações. O coletivo garante que a segurança é cumprida, nada é deixado ao acaso.

Llevas casi tres años trabajando en Disneyland Paris. Como te sientes en tu dia a dia, trabajando en Francia, Paris. ¿Qué te ofrece Disney para haberte quedado tanto tiempo o pensar en seguir aquí?

O que me fez e faz ficar, porque só vim para 10 dias, foi exatamente essa possibilidade de desafio. Apesar de nos especializarmos e podermos mudar em qualquer momento da nossa vida, o que me fez ficar foi saber que podia adquirir determinadas competências para poder mudar para aquilo que eu queria realmente, que me interessava mais e me iria estimular mais. Mesmo neste trabalho, sei que ainda posso fazer mais. Há muitas atrações, muitas ramificações de trabalho e desenvolvimento: individual, em equipa e com os visitantes. Vejo que a Disney abre portas para desenvolver esse percurso. Enquanto eu vir que há portas que podem abrir-se, eu fico.

¿Algún consejo para alguien que tenga recelo de venir a trabajar en Disney, dudas o piense que el proceso es complicado?

Eu acho que cada vez é mais fácil encontrar alguém que trabalha na Disney e pedir conselho diretamente. Há muitos vídeos no YouTube; lembro-me que fui procurar vídeos com feedbacks de pessoas que trabalhavam na Disney e, curiosamente, cheguei a trabalhar com uma dessas pessoas que tinha visto. Eu disse-lhe obrigado, porque os vídeos dela realmente ajudaram-me. Não sabia como eram as coisas na Disney, o que tinha que fazer, e aproveitei os conselhos.

Não desistir e trabalhar o francês, acho que isso é mesmo muito importante. Podemos vir sem ter muitas bases, mas o facto de virmos obriga-nos a falar e a desenvolver as nossas competências. Tive a sorte de trabalhar com pessoas que me ajudaram diariamente e tentaram compreender-me. Não desistir, trabalhar na língua e nunca esquecer a nossa criança interior.

Llevas ya un par de años aquí y te has enfrentado a la burocracia del país. ¿Cómo fue ese cambio y adaptación, vivir sola? ¿Qué puedes recomendar a los lectores?

Relativamente a viver sozinha, não foi uma adaptação tão diferente, já tinha feito. Há coisas como a papelada dos trâmites, por exemplo a Carte Vitale. Enviaram uma carta, reenviaram a carta com a fotografia, que nunca chegou. Meses à espera e tive que ir à Segurança Social em Bussy-Saint-Georges, e ali disseram-me: «Menina, podias ter feito pela aplicação!». Verificaram que a carta tinha chegado, mas o processo nunca avançou, e uma semana depois já tinha o cartão comigo. O meu conselho é ir diretamente à fonte. Às vezes é um bocadinho longe e chato, mas se tivermos que ir a Bussy ou Lognes, vamos e pronto.

Também os impostos! Eu considero isso muito importante. Convém ver o tempo de estadia. No meu caso, valia a pena e ultrapassava os 6 meses de residência, então tive que fazer os impostos aqui. Talvez o mais complicado tenha sido comunicar com França e Portugal, dizer que tinha mudado de residência e tratar de toda a papelada. Mais uma vez, ir à fonte. Neste caso, fui a Lagny à oficina dos impostos, porque da primeira vez tivemos que preencher um formulário específico. Perguntei qual era o formulário, entreguei toda a papelada. Mais uma vez, foi imprimir boletins de vencimento, cópia do cartão, etc., para no final me dizerem que podia simplesmente ter enviado por e-mail… O formulário por papel, mas o restante podia ser digitalizado e enviado.

O meu conselho é, quando a pessoa chega, tentar perceber logo quanto tempo mais vai ficar. Se compensa efetivamente fazer os impostos aqui, que documentos são precisos para essa estadia: Carte Vitale, número fiscal, etc. Antecipar os passos para não deixar tudo para o último momento. Outro conselho é não ter medo de ir falar com o team leader ou o manager para fazer perguntas burocráticas. Eles estão habituados a receber estrangeiros e, mesmo que não tenham todas as respostas, alguém vai saber ajudar. Também há serviços internos na Disney, como o alojamento social, que nos podem ajudar.

Momentos más memorables trabajando en los parques

A primeira vez que aconteceu, estava no Casey Junior e houve uma criança que, quando terminou a sua volta no comboio, veio a pé até mim e deu-me um abraço. Ela veio sozinha e abraçou-me. Estava tão feliz que fiquei sem palavras. Olhei para os pais, fiquei comovida, feliz por fazer parte daquele momento. Provavelmente, ela já não se lembrará de mim, mas eu vou sempre recordar esse momento, porque naquele instante fiz parte da felicidade daquela criança. Foi muito bonito. Também há aqueles momentos icónicos em que alguém termina uma atraçao e diz: «Foi incrível, excepcional». E é nesse momento que eu penso: «Ok, o meu trabalho tem um propósito». Quando sentes que tens uma motivação e um propósito, é super gratificante.

Has participado en Disney Volunt EARS, ¿de qué se trata?

Uma das coisas que gosto muito na Disney são os VoluntEARS. Não faço tanto como gostaria, mas é uma das experiências mais incríveis de sempre. Acompanhar famílias que nunca tinham vindo à Disney, descobrir o parque com elas… O propósito é ser guia da família, ajudá-las a ter um dia mais tranquilo e fluido. Acabamos sempre por redescobrir o parque com eles.

É uma das ramificações que a Disney tem, onde os Cast Members podem fazer voluntariado e ajudar na concretização de várias atividades em que a Disney está envolvida. Pode ir desde realizar os desejos da Make-A-Wish, e parcerias com várias associações como Petits Princes. Também acompanhamos grupos de crianças e escolas que não têm a possibilidade de passar férias fora, por exemplo, com o projeto “Les Oubliés des Vacances”.

Há também uma parceria com os Pièces Jaunes e atividades fora do parque, como visitas a hospitais, levar grupos de crianças à praia, fazer limpezas de lixo — qualquer atividade social e ambiental. No Natal, por exemplo, há recolha de presentes.

¿Recomendarias probar esta experiencia?

Sim, é super gratificante. Acho que, como disse, é redescobrir os nossos dias no local que já conhecemos. Traz-nos exemplos de força. As palavras que melhor descrevem a experiência é: motivação, perceber a esperança, a união, a amizade e a entreajuda.

¿Cuáles son los aspectos más difíciles de tu trabajo en Disneyland París?

Por um lado, é muito interessante conhecer e ver novas culturas, mas o choque cultural pode ter um lado negativo. O que me acontece com mais frequência é que, como as pessoas vêm de sítios diferentes e têm formas diferentes de comunicar e estar, às vezes surgem conflitos. No meu caso, é muito positivo falarmos mais do que uma língua. No meu dia a dia, uso francês, inglês, espanhol e português.

A minha língua materna é e sempre será o português. As outras línguas falo bem ou minimamente bem, no caso do espanhol, mas há coisas que eu não domino: expressões ou palavras que utilizo porque ouvi alguém dizer. Se não as aplicar no contexto certo, pode haver confusão. Ou então, a outra pessoa continua a falar porque sabe que eu entendo, mas eu acabo por me enganar porque já não sei tanto. Há um choque de valores. É tão simples como dizer uma frase em espanhol, mas com a mesma entoação do português, e isso pode ser mal interpretado, como se fosse falta de educação, mesmo que as palavras sejam as mesmas.

Com línguas completamente diferentes, como o italiano, também já me aconteceu encontrar uma criança perdida e não saber sequer que língua falava. As vezes há um grande choque de comunicação.

¿Algo más que añadir sobre tu trabajo en atracciones?

É preciso encontrar uma boa linha de comunicação. As pessoas vêm aqui para se divertir, estão de férias, mas é preciso garantir que elas respeitam o nosso ambiente de trabalho e as nossas funções. Às vezes, é difícil explicar em alguns casos que temos regras a cumprir e procedimentos, e que não podemos fazer exceções. As pessoas não compreendem porque estão descontraídas. Isso pode gerar conflitos e, para mim, essas são as situações mais difíceis de gerir. No final, tudo se resume a comunicação e saber comunicar.

¿Qué valores y enseñanzas aprendiste en Disney en estos dos últimos años y medio?

A Disney ensinou-me a delegar, a trabalhar mais em equipa e a aproveitar realmente as competências dos colegas. Aprendi a buscar o melhor de cada um, porque juntos conseguimos chegar a um bom resultado. Também me ensinou a ser ainda mais observadora e empática.

Para terminar a entrevista, gostaria apenas de dizer o seguinte:  

Que não se esqueçam da vossa criança interior!

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